Pra próxima vida

24 de nov. de 2016

Pra próxima vida, guardei o amor mais bonito que se pode imaginar. Aquele amor que a gente sente no olhar, no beijo, no toque, na respiração. Amor que faz o coração parar e acelerar na mesma intensidade e que segue todos os clichês decorados por quem escreve sobre amor. Clichê de filme americano, francês, espanhol, escocês. Pra próxima vida aprendo, em todas as línguas, dizer que eu amo você.

Guardei, também, pra próxima vida, todas as declarações que ficaram goela abaixo. Guardei as serenatas, as poesias, as palavras esdrúxulas, os sentimentos esdrúxulos, as cartas de amor ridículas. Guardei todas as provas e demonstrações de amor possíveis e imagináveis, tudo pra próxima vida.

Deixei pra próxima vida o "quero", o "vamos", o "sim" e o "somos". Deixei pra próxima vida o que não deu pra dizer e fazer nessa. Não foi falta de vontade, é que, nessa vida, não era pra ser.

Pra próxima vida ficaram os planos, os sonhos, as viagens, chave de casa, três filhos e dois cachorros. Deixei pra próxima vida tudo aquilo que sonhamos nessa, juntos e sozinhos.

Ficou pra próxima vida a vontade de fazer acontecer, o desejo de estar perto a todo momento, a coragem de assumir, a maturidade que não tivemos e tudo o que podíamos ter sido nessa vida - mas que, cê sabe bem, não deu pra ser.

Se nessa vida aqui eu te conheci foi só pra dizer que na próxima a gente se esbarra, se cruza, se encontra e faz dar certo.

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